O recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que levará de 18 a 24 meses para conter a inflação no país, que atinge cerca de 140% ao ano. Em sua primeira entrevista após a vitória no domingo (19), Milei confirmou que seguirá adiante com planos polêmicos de fechar o Banco Central e dolarizar a economia, duas das propostas-chave de sua campanha.
Para Milei, fechar o Banco Central é uma “obrigação moral”, e ele propõe a dolarização como uma maneira de se livrar do Banco Central. Ele sugere que a moeda adotada seja escolhida pelos indivíduos.
Apesar do plano de dolarização, Milei manterá a taxa de câmbio por enquanto e não removerá a limitação ao estoque de dólares dos bancos imposto pelo governo atual para controlar a moeda norte-americana. Ele justificou essa decisão, afirmando que é necessário resolver o problema da taxa básica de juros do país antes de levantar a limitação ao estoque de dólares.
O presidente eleito, conhecido por suas ideias ultraliberais, enfrentará a pior crise econômica da Argentina em décadas, com altos índices de inflação, pobreza e desvalorização cambial, além de uma dívida externa significativa e falta de reservas internacionais.
Em relação a outros anúncios, Milei planeja privatizar empresas públicas de comunicação, como a TV pública e a Rádio Nacional. Ele também revelou que Israel e os Estados Unidos serão os primeiros países que visitará após assumir o cargo.
Os desafios que Milei enfrentará incluem a necessidade de angariar apoio no Congresso para implementar suas propostas, já que suas ideias podem enfrentar resistência. Sua promessa de dolarizar a economia, por exemplo, é vista como difícil de ser implementada na prática e pode decepcionar aqueles que votaram nele por esse motivo.
O novo presidente argentino também anunciou alguns nomes que farão parte de seu governo, incluindo o advogado Mariano Cúneo Libarona, que ocupará a pasta da Justiça. Libarona ficou conhecido por defender celebridades em casos de escândalos de drogas e casos de corrupção.