No quarto trimestre de 2022, o Brasil contou com cerca de 9,5 milhões de pessoas em trabalho remoto, o que equivale a 9,8% do total de 96,7 milhões de pessoas ocupadas no país. Destes, 7,4 milhões estavam em teletrabalho, realizando suas tarefas, pelo menos em parte, em um local alternativo e utilizando equipamentos tecnológicos. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio do módulo “Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais” da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A pesquisa se concentra no trabalho remoto e é considerada experimental, passando por avaliação contínua.
A metodologia usada para definir o teletrabalho foi proposta pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), com adaptações ao questionário da Pnad Contínua. O teletrabalho é definido como a realização total ou parcial do trabalho em um local diferente do local padrão, usando tecnologia da informação e comunicação. No Brasil, o índice de teletrabalho foi maior em setores como informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
A pesquisa também revelou que mais mulheres (8,7%) estavam envolvidas em teletrabalho em comparação com homens (6,8%). Entre a distribuição por cor ou raça, pessoas brancas lideravam (11,0%), seguidas por pretas (5,2%) e pardas (4,8%). Em relação à faixa etária, o grupo de 25 a 39 anos tinha o maior percentual (9,7%), enquanto a menor proporção estava entre adolescentes de 14 a 17 anos (1,2%).
Os dados também apontaram que pessoas com ensino superior completo representaram a maior proporção de trabalhadores em teletrabalho, com 23,5% realizando suas tarefas dessa forma. Em relação ao rendimento, a média entre aqueles que realizavam pelo menos um dia de teletrabalho era de R$ 6.479, 2,4 vezes maior do que a média nacional de R$ 2.714. Essa diferença se deve em parte ao fato de que o teletrabalho inclui profissionais com salários mais altos, como gerentes e profissionais das ciências e intelectuais.
No que diz respeito à região, o rendimento médio mais elevado no teletrabalho foi registrado no Centro-Oeste (R$ 7.255), enquanto o Nordeste apresentou a média mais baixa (R$ 4.820). Em todas as regiões, a média de rendimento dos teletrabalhadores foi superior à dos não teletrabalhadores. A categoria profissional com maior prevalência no teletrabalho em 2022 foi a dos empregadores, com 16,6%, seguida por empregados no setor público (11,6%) e empregados no setor privado com carteira assinada (8,2%). A pesquisa visa fornecer informações importantes sobre o perfil das pessoas envolvidas no teletrabalho e em quais atividades econômicas essa modalidade é mais frequente.