A direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ser substituída por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A agência está sob investigação da Polícia Federal (PF) devido a um esquema de espionagem a opositores durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), utilizando o sistema de inteligência First Mile.
O ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), foi alvo de buscas da PF, que nega as acusações. Durante as investigações, a PF identificou membros da atual cúpula da Abin dificultando as apurações. Diante disso, o governo considera demitir o grupo responsável pela agência. A PF, nos bastidores, considera “insustentável” a permanência do comando da Abin, liderado pelo diretor-geral Luiz Fernando Corrêa e pelo diretor Alessandro Moretti.
Durante a busca e apreensão nos endereços de Ramagem, a Polícia Federal confiscou quatro computadores, seis celulares e 20 pendrives. O diretor-geral da Abin, Corrêa, conta com a confiança do ministro da Casa Civil, Rui Costa, responsável por tomar decisões sobre as demissões.
O Correio procurou a Abin para comentar as insinuações de que a alta cúpula da agência dificultou as investigações da PF. A solicitação foi enviada por e-mail, e a reportagem aguarda o posicionamento da Agência Brasileira de Inteligência.