A participação de Thais Fersoza como apresentadora do Bate-Papo BBB tem sido marcada por uma desenvoltura singular, trazendo elementos que antes pareciam ausentes no programa, como o domínio do ao vivo e um raciocínio rápido. No entanto, sua atuação levanta questões sobre os limites éticos do entretenimento, especialmente quando se trata de lidar com participantes eliminados em situações de vulnerabilidade.
A apresentadora, sem dúvida preparada e inteligente, insiste em transitar por um terreno perigoso ao cair em ciladas ao ir além da proposta da atração. A proposta inicial do projeto é entrevistar e entender os acontecimentos que levaram determinado participante a deixar o programa, mas Thais, por vezes, excede essa proposta, sujeitando eliminados a situações vexatórias.
Apesar da importância de alguns temas para discussão, a dosagem se faz necessária. Thais, em algumas ocasiões, pesa a mão com opiniões muito pessoais, ultrapassando limites ao buscar “justiça com as próprias mãos” em favor da internet.
Num contexto em que o discurso de ódio e a intolerância nas redes sociais são comuns quando um participante é rejeitado pelo público, Thais precisa compreender que seu programa é o primeiro contato do eliminado com o mundo externo. Portanto, é crucial agir com cautela nas abordagens, informando e pontuando erros sem recorrer à agressão.
É válido questionar se Thais terá a mesma postura com membros do grupo Camarote, uma vez que, até o momento, apenas integrantes do grupo Pipoca foram eliminados. Além disso, é necessário refletir sobre a relevância do X (ex-Twitter) no debate geral, considerando que, das grandes redes sociais, é a menos acessada no país. Thais Fersoza está diante de um desafio: equilibrar a busca por entretenimento com a responsabilidade ética que sua posição exige.
