Nova abordagem digital, orçada em R$ 197 milhões, destaca divulgação de programas e segmentação.
O governo federal intensifica uma nova estratégia nas redes sociais, impulsionando e direcionando propagandas para consolidar o apoio entre beneficiários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e eleitores simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro. Antes mesmo da contratação de agências para a comunicação digital, o Palácio do Planalto já veicula conteúdo com mensagens específicas para esses grupos e outros setores da sociedade.
Uma pesquisa Ipec de dezembro passado indicou aumento na insatisfação com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O índice dos que avaliam a administração como ruim ou péssima, que era de 25% em setembro, alcançou 30% no final de 2023. A aprovação oscilou negativamente dois pontos, dentro da margem de erro, ficando em 38%. Diante dessa situação e reconhecendo que muitas ações do governo são desconhecidas pela sociedade, o próprio Lula avaliou a necessidade de intensificar a comunicação.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom), liderada pelo ministro Paulo Pimenta, lançou um edital para contratar quatro empresas, com custo estimado de R$ 197,7 milhões, para divulgar as ações do governo em plataformas digitais ao longo de um ano. Os escolhidos, por meio de licitação, também deverão apresentar um plano de comunicação e atuação contra a disseminação de notícias falsas, inclusive em relação aos programas governamentais. O objetivo é encontrar soluções e abordar o impacto do problema no cotidiano da população.
Proteção e Finanças
De acordo com informações extraídas de um relatório da Meta, proprietária do Facebook e Instagram, a Secretaria de Comunicação Social (Secom), nos primeiros meses deste ano, tem focalizado a classe média e possíveis beneficiários de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por meio de impulsionamentos personalizados para cada estado. Além disso, estão sendo desenvolvidas peças com linguagens e expressões específicas para cada região.
O governo também busca atrair apoiadores de Bolsonaro, abordando temas relacionados à economia e segurança pública. Em uma das postagens patrocinadas recentes, destaca-se um cartão com a mensagem “ficou ruim para a bandidagem”, promovendo o programa “celular seguro”. Essa ferramenta possibilita o bloqueio de aparelhos furtados ou roubados.
Análise de Dados para Estratégia de Comunicação Pesquisas fundamentais para direcionar as ações de publicidade indicam que o governo ainda enfrenta desafios ao se comunicar efetivamente com evangélicos, o agronegócio e homens brancos de classe média. No Palácio do Planalto, não há consenso sobre a abordagem publicitária direcionada a esse público. Uma abordagem adotada é a criação de peças que se conectem com a população por meio de seus valores.
As quatro empresas selecionadas deverão realizar atividades como “prospecção, planejamento, desenvolvimento e implementação de soluções de comunicação digital”, moderação e criação de conteúdo para plataformas online, além de conduzir pesquisas e gerar relatórios sobre audiência e repercussão de temas.