A taxa de desemprego no Brasil registrou uma significativa queda, atingindo 7,7% no trimestre encerrado em setembro de 2023, marcando o menor patamar desde fevereiro de 2015, quando estava em 7,5%. Os dados foram divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua/IBGE) nesta terça-feira, confirmando a expectativa do mercado.
Um dos principais fatores que contribuíram para essa queda foi a redução de 3,8% no número de desempregados, que agora totalizam 8,3 milhões de brasileiros. Isso ocorreu devido ao crescimento no número de pessoas empregadas e à diminuição da procura por trabalho, que, de acordo com a metodologia do IBGE, é necessária para que um indivíduo seja considerado desempregado.
O número de pessoas ocupadas atingiu o maior patamar desde o início da série histórica, iniciada em 2012, totalizando 99,8 milhões de brasileiros, representando um aumento de 0,9%, o equivalente a 929 mil pessoas em relação ao trimestre anterior.
O crescimento na ocupação foi especialmente notável nas vagas com carteira assinada, com um aumento de 587 mil pessoas no trimestre encerrado em setembro. Isso elevou o número de trabalhadores formais no mercado para 37,4 milhões, um aumento de 1,6% em comparação com o trimestre anterior.
De acordo com a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy, “mais da metade das pessoas que foram inseridas no mercado de trabalho foram provenientes do crescimento da carteira assinada”. Isso demonstra que a informalidade não é mais a única opção para os brasileiros que buscam emprego, revertendo um processo de aumento dos empregos informais.
Essa mudança no mercado de trabalho é resultado da normalização da cadeia produtiva após a pandemia e do aumento do rendimento real dos trabalhadores, o que impulsiona a demanda. A recuperação do mercado formal é notável, e isso demonstra que a formalização do mercado de trabalho está avançando desde o afrouxamento das regras de isolamento social em 2022.
O aumento na ocupação foi particularmente evidente nos setores de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que registraram um aumento de 3,5%, representando mais de 420 mil pessoas.
O rendimento médio real dos trabalhadores atingiu R$ 2.982, um aumento de 1,7% em relação ao trimestre anterior e de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de rendimento atingiu o maior patamar da série, totalizando R$ 293 bilhões, um aumento de 2,7% em relação ao trimestre anterior.
Enquanto os indicadores de emprego melhoram, a economia brasileira está mostrando sinais de desaceleração no terceiro trimestre de 2023, devido ao aumento das taxas de juros. No entanto, esses números de emprego positivos podem impulsionar o comércio no Natal, à medida que os brasileiros empregados e com maior renda tendem a consumir mais, beneficiando a população e a economia em geral.