Com dez meses de gestão, a governadora Raquel Lyra (PSDB) enfrenta desafios na Assembleia Legislativa do Estado. A governadora ainda não conseguiu ampliar sua base de apoio, que conta apenas com 12 deputados na Alepe. Esse cenário de falta de apoio político tem resultado em uma sequência de derrotas na Casa.
Uma das derrotas notáveis ocorreu quando o governo não conseguiu eleger, pela primeira vez na história, um nome de sua indicação para o posto de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A falta de articulação política eficaz tem sido apontada como um dos principais fatores para a ausência de apoio parlamentar.
Apesar de algumas vitórias importantes, como a aprovação do aval da Casa para a governadora contrair um empréstimo de R$ 3,4 bilhões, o governo tem enfrentado obstáculos significativos. Por exemplo, a falta de reajuste do Piso do Magistério, afetando mais de 52 mil profissionais da educação, e a aprovação do Descomplica PE, que eleva a alíquota de ICMS no estado.
Recentemente, a Assembleia Legislativa de Pernambuco demonstrou sua independência e desapontamento com a governadora ao rejeitar os vetos que ela impôs ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). A votação resultou na derrubada dos vetos com 30 votos contrários, sinalizando a insatisfação da Casa com a postura de Raquel Lyra.
Essa atitude foi interpretada como uma resposta à governadora por sua falta de comunicação com os parlamentares, que não foram previamente informados sobre a sanção do PLDO com os vetos. Essa falta de diálogo tem contribuído para o atual cenário político e legislativo em Pernambuco, que requer mais articulação e cooperação entre o governo e a Assembleia.