Confira a coluna Cena Política desta sexta-feira (26).
O governo pernambucano assumiu uma grande responsabilidade ao alterar a liderança da Segurança às vésperas do carnaval. A mudança levanta preocupações políticas, e a pressão por resultados positivos no evento aumenta consideravelmente.
Sem questionamento A prerrogativa da governadora de escolher a equipe é legítima, e a iniciativa pode ter partido do atual secretário, uma vez que a equipe foi selecionada pela gestão anterior.
Era necessário alterar
Não há razões para contestar a decisão em termos de resultados. A equipe anterior não alcançou desempenho satisfatório, e não é pertinente discutir os motivos. O fato é que a violência não diminuiu conforme esperado, e incidentes lamentáveis, como a recente briga de torcidas durante o jogo entre Sport e Santa Cruz, influenciaram nas mudanças.
Momento inadequado
A questão reside em realizá-la às vésperas do carnaval e, mais do que isso, imediatamente após a governadora ter recebido o prefeito do Recife, João Campos (PSB), no Palácio do Campo das Princesas, resultando em declarações que asseguravam a segurança do carnaval.
Não há correlação
A probabilidade de a violência interferir na festa aumentou com as alterações na liderança da SDS? Não. A segurança da população não está comprometida pelas mudanças realizadas. Essas substituições não impactarão negativamente nos índices de violência, pois o esquema de policiamento é abrangente, bem estruturado e independente de quem o coordena.
O plano de segurança já foi estabelecido e é de responsabilidade do secretário Alessandro Carvalho.
Sem efeito imediato Não há como agravar devido às mudanças, essa é a realidade. Um assalto ocorrido durante o carnaval ocorreria independentemente do comandante da PM. Se o índice de homicídios ou roubos aumentar, não será devido à troca na chefia da Polícia Civil.
Cenário Político
A questão envolve política e criação de histórias. Agora, existe a oportunidade de argumentar que foi “culpa da governadora por ter assegurado publicamente a segurança e, posteriormente, mudado a equipe”. Surpreendentemente, o caminho que levou a essa situação foi totalmente construído pelo próprio governo, não pela oposição.
Não é um desfecho
Há algo que os políticos éticos frequentemente esquecem sobre a política no Brasil (e em outros lugares do mundo): a verdade geralmente é um ponto inicial, mas raramente representa o desfecho. Não podemos evitar que as falsidades nos atinjam, mas é prudente não sermos os responsáveis por cultivá-las.