PF investiga Ramagem por monitoramento ilegal na Abin

Eleito pelo PL, Alexandre Ramagem liderou a agência durante o governo de Jair Bolsonaro.

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) é alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga possível organização criminosa na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), com a suspeita de monitoramento ilegal de autoridades e outras pessoas. Ramagem comandou a agência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A operação cumpre 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares, incluindo a suspensão das funções públicas de sete policiais federais. Mandados são executados em Brasília, Juiz de Fora (MG), São João Del Rei (RJ) e Rio de Janeiro. No DF, um mandado é no gabinete de Ramagem na Câmara.

Segundo a Polícia Federal, o grupo, composto por policiais federais e servidores da Abin, utilizava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial. Os investigados podem responder por crimes como invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, informáticas ou telemáticas sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei.

Essa ação é uma continuação da operação “Última milha”, deflagrada no ano anterior. A PF afirma que as provas obtidas indicam que o grupo criminoso estabeleceu uma estrutura paralela na Abin, utilizando ferramentas e serviços da agência de inteligência para ações ilícitas, visando objetivos políticos e midiáticos, obtenção de vantagens pessoais e até mesmo interferência em investigações da Polícia Federal.

Alexandre Ramagem, deputado federal eleito pelo PL em 2022, é ex-delegado da PF e foi superintendente da PF no Ceará. Ingressou na política em 2019, tornando-se chefe da Abin em junho daquele ano. Na Câmara, é vice-líder do PL, membro da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética. Ramagem também é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. Até o momento, o parlamentar não se pronunciou sobre a operação. O Correio tenta contato, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

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