PF desmente acordo para nova delação no caso Marielle

Segundo a PF, houve apenas uma delação premiada no caso.

A Polícia Federal (PF) divulgou nota na terça-feira (23) esclarecendo que, até o momento, houve somente uma delação premiada nas investigações do caso que envolve o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

“A Polícia Federal informa que está conduzindo há cerca de onze meses as investigações referentes aos homicídios da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes. Ao longo desse período, a Polícia Federal trabalhou em parceria com outros órgãos, notadamente o Ministério Público, com critérios técnicos e o necessário sigilo das diligências realizadas. Até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário”.

A única delação premiada mencionada na nota é a de Élcio de Queiroz, ex-policial militar que dirigia o carro utilizado no crime. Essa delação foi tornada pública em julho do ano passado e é a única confirmada pela PF até agora. A PF esclareceu sua posição após notícias de que Ronnie Lessa, outro ex-policial militar, teria aceitado um acordo de delação premiada e fornecido informações sobre o mandante do crime, publicadas por veículos da imprensa.

A possível revelação no caso provocou reações da irmã de Marielle, a ministra Anielle Franco. Ela afirmou que, desde a perda de Marielle, a família não descansará até que haja justiça. A PF, no entanto, não confirma informações sobre Lessa, alertando que podem prejudicar as investigações. As apurações seguem em sigilo, sem data para conclusão, e a divulgação de informações inconsistentes pode prejudicar o trabalho investigativo e expor cidadãos.

A vereadora Mônica Benício, viúva de Marielle, criticou veículos de imprensa e jornalistas por supostamente priorizarem curtidas. Ela expressou preocupação com matérias sensacionalistas que afetam familiares, as investigações e a elucidação do caso, ressaltando o papel democrático responsável que a imprensa deve ter. Apesar disso, reconhece a importância da imprensa no avanço das investigações e na punição dos envolvidos, executores e mandantes.

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