A disputa entre Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) pelas melhores festas de São João do país é uma tradição antiga que ressurge a cada junho. Essa rivalidade histórica é analisada por pesquisadores das duas regiões, que apontam para as origens e evoluções dessas festividades.
O surgimento das festas juninas organizadas pelos poderes públicos nas décadas de 1980 em ambas as cidades marcou um novo capítulo nessa competição. Antes disso, as celebrações juninas eram descentralizadas e menos estruturadas.
Campina Grande e Caruaru compartilham não apenas semelhanças geográficas, mas também trajetórias históricas similares. Ambas as cidades, localizadas no agreste nordestino, surgiram a partir das feiras e se consolidaram como importantes centros de comércio e cultura na região.
O estabelecimento de espaços dedicados exclusivamente ao São João, como o Parque do Povo em Campina Grande e o Pátio Luiz Gonzaga em Caruaru, reflete a competição saudável entre as duas cidades. Esses espaços se tornaram palcos para grandes eventos, atraindo turistas e investimentos econômicos significativos.
A busca pelo título de “maior São João do Mundo” não se limita apenas a uma competição festiva, mas também envolve aspectos econômicos, turísticos e identitários. Tanto Campina Grande quanto Caruaru disputam esse reconhecimento como uma forma de reafirmar sua identidade cultural e atrair recursos para suas comunidades.
Além de Campina Grande e Caruaru, outras cidades nordestinas, como Mossoró (RN) e Aracaju (SE), também entraram na disputa pelo título de melhor São João. No entanto, o crescimento comercial e turístico desses eventos pode impactar as tradições locais, à medida que ritmos diferentes do forró ganham espaço nas festas.
A comercialização e o patrocínio cada vez mais presentes nas festividades juninas podem influenciar na programação artística, reduzindo o espaço para artistas locais tradicionais. Essa tendência levanta questões sobre a preservação das raízes culturais em meio ao crescimento comercial dos eventos.