O ator Marcelo Médici, de 52 anos, compartilhou suas reflexões sobre a evolução da comédia ao longo dos anos. Segundo ele, embora o estilo tenha mudado bastante, a essência do humor – refletir a atualidade – não deve ser perdida. Ele fez esses comentários durante o programa Sala de TV, do Terra, nesta quarta-feira, 22, ao ser questionado sobre uma possível mudança no público da peça Cada Um Com Seus Pobrema, em cartaz há 20 anos. Marcelo afirmou que alterou pouquíssimas coisas, pois nunca gostou de piadas “misóginas e relacionadas ao corpo”, mas que agora está ainda mais atento. “Acho que há coisas que não são mais bem-vindas hoje em dia. Precisamos prestar atenção no que faz o humor, sabe?”
“O que passa despercebido para você pode não passar para outra pessoa e vice-versa. Então, estamos muito atentos hoje em dia porque a imagem em questão é a nossa. Por exemplo, ‘Veja essa piada’, ‘Ela não fala de ninguém em específico, mas faz um comentário que pode ser um pouco ofensivo’. Mas acredito que o humor também tenha uma característica de provocação”, comentou.
Ele destaca que o humor deve trazer uma crítica, mas que há limites sobre o que pode ser abordado. “O humor não deve ser uma palestra de RH sobre comportamento. Ele precisa contar com a capacidade de interpretação do público, pois, às vezes, uma crítica é feita numa cena de humor, numa situação humorística, e as pessoas precisam entender isso”, diz, refletindo sobre os limites do humor.
“Acredito que o limite seja: ‘Você está cometendo um crime?'”, destacou. “Você vai fazer uma piada racista? Vai incitar a homofobia? Vai ridicularizar uma questão? Vai ridicularizar uma pessoa com deficiência? Vai ridicularizar a escravidão, o Holocausto? Aí é crime. É meio simples, eu acho.”
O Sala de TV vai ao ar às quartas-feiras, às 15h, ao vivo na home do Terra, no YouTube e nas redes sociais do Terra.
