A indústria de animes está no epicentro da pirataria digital, com oito dos dez programas de TV mais pirateados em 2023 sendo desenhos japoneses, conforme relatório da empresa de análise de dados Muso. O fenômeno reflete a popularidade global dos animes, mas também evidencia um desafio crítico para os produtores e distribuidores desse conteúdo.
O boom dos animes durante a pandemia de Covid-19, quando muitas pessoas recorreram ao entretenimento em casa, impulsionou ainda mais a demanda por esse tipo de programação. No entanto, a pirataria tem sido uma dor de cabeça constante para a indústria, resultando em prejuízos significativos. A Associação de Distribuição de Conteúdo no Exterior do Japão estima que o consumo ilegal de entretenimento japonês causou um prejuízo de US$ 15 bilhões em 2021.
As plataformas de streaming, como a Crunchyroll, têm sido fundamentais na disseminação legal de animes pelo mundo. No Brasil, a Crunchyroll intensificou seus esforços, investindo na tradução de títulos para o português e participando ativamente de eventos de fãs, como a CCXP em São Paulo. Essas estratégias visam não apenas combater a pirataria, mas também atrair assinantes pagos.
A Crunchyroll, fundada em 2006, inicialmente operava em uma área cinzenta da legalidade, oferecendo conteúdo gerado por usuários. Somente em 2009, lançou seu plano de assinatura licenciada. Agora, faz parte do conglomerado Sony após uma aquisição bilionária em 2020.
A diretora de operações da Crunchyroll, Gita Rebbapragada, destaca que a pandemia acelerou a popularidade dos animes, especialmente entre a geração Z, que busca histórias diversas de diferentes culturas. Apesar dos desafios da pirataria, a indústria de animes continua crescendo, com expectativa de alcançar um valor de mercado de US$ 62,7 bilhões até 2032, segundo relatório da consultoria DataHorizzon.
O combate à pirataria e o aumento da oferta legal de animes são cruciais para garantir um crescimento sustentável da indústria e proteger os interesses de criadores, produtores e distribuidores.
