Localizada nas proximidades da cidade de Recife, a capital do Estado de Pernambuco, o centro histórico de Olinda é um tesouro arquitetônico e cultural que nos transporta de volta ao início da colonização portuguesa no Brasil no século XVI. Nessa época, Olinda se firmou como a sede da Capitania de Pernambuco, durante o período áureo da economia da cana-de-açúcar.
A importância desse local é indiscutível. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1968 e, em 1982, a Unesco reconheceu Olinda como Patrimônio Mundial Cultural. Essa designação se aplica a uma área de 1,2 km² e cerca de 1.500 edifícios que testemunham diferentes estilos arquitetônicos ao longo dos séculos.
O centro histórico de Olinda é um mosaico arquitetônico, onde edifícios coloniais do século XVI harmonizam-se com as fachadas de azulejos dos séculos XVIII e XIX e as obras neoclássicas e ecléticas do início do século XX. A vegetação exuberante das ruas, jardins, conventos e a sombra de árvores frondosas, como mangueiras, fruta-pão, jaqueiras e coqueiros, conferem à cidade uma atmosfera única.
Olinda mantém uma ligação profunda com a paisagem local e o mar. Sua arquitetura vernacular, influenciada por Portugal, adaptou-se ao ambiente tropical e tornou-se parte da identidade da cidade ao longo dos tempos.
A zona urbana das colinas não sofreu mudanças significativas nos últimos dois séculos, o que possibilitou a preservação de seu patrimônio arquitetônico. A população e o poder público empenharam-se em proteger a parte histórica da cidade e sua paisagem, mesmo diante da crescente expansão urbana de Recife na direção norte.
Olinda é uma cidade predominantemente residencial, caracterizada por espaços pequenos, casas históricas e quintais arborizados com árvores frutíferas trazidas pelos colonizadores. Os largos e praças, delimitados pelos edifícios religiosos, desempenham um papel fundamental na estruturação da malha urbana.
O traçado irregular das ruas, seguindo as cristas das colinas, evoca a arquitetura de cidades medievais. Casas e muros delimitam as ruas sinuosas e ladeiras íngremes. O conjunto arquitetônico integra-se harmoniosamente ao sítio, formando uma atmosfera singular, onde a presença do mar e da vegetação desempenham um papel de destaque.
O centro histórico de Olinda abriga raros exemplares de edifícios sacros remanescentes do século XVI, atestando sua importância histórica. A cidade preserva características essenciais, como a arquitetura, materiais de construção, o uso predominante residencial e as tradições culturais que se imbricam entre o sagrado e o profano.
Essas características permanecem autênticas, sendo fontes primárias da história da cidade e refletindo a essência do modo de vida dos habitantes e suas tradições. Olinda mantém sua unidade e identidade, controlando os efeitos negativos do desenvolvimento urbano.
Essa cidade histórica é uma verdadeira janela para o passado e um patrimônio mundial cultural que deve ser apreciado e preservado pelas gerações futuras. A importância de Olinda transcende sua beleza arquitetônica, pois é um legado vivo da história do Brasil e de sua rica herança cultural.