A morte de Alexei Navalny, o principal opositor de Vladimir Putin, levanta temores entre jornalistas e opositores na Rússia. A jornalista Elena Kostyuchenko, que trabalha para o Novaya Gazeta, vive escondida, mudando de país a cada mês, temendo ser a próxima vítima do governo russo. Em uma conversa online com a equipe do Fantástico, ela compartilhou sua experiência e preocupações.
Navalny morreu na prisão em circunstâncias misteriosas, um mês antes das eleições presidenciais, aumentando o receio entre opositores. Kostyuchenko, que conhecia Navalny, destaca a tortura e más condições que ele enfrentou durante seus 1124 dias na prisão. Ela, assim como outros jornalistas do Novaya Gazeta, enfrenta riscos constantes, com seis colegas assassinados na Rússia.
Elena Kostyuchenko revelou que vive sem residência fixa por questões de segurança. Ela deixou a Rússia, mas não revela sua localização atual. Após um envenenamento enquanto estava exilada na Alemanha, ela percebeu que tinha “ordens não para me deter ou prender, mas para me matar”. A morte de Navalny ressalta esses riscos, e Kostyuchenko expressa sua preocupação com a falta de segurança.
A jornalista destaca que a decisão de Navalny de retornar à Rússia, mesmo ciente dos riscos, não foi uma escolha fácil. Ele foi detido ao chegar e passou mais de 300 dias na solitária antes de sua morte súbita. A família tenta recuperar o corpo e realizar uma investigação independente, enquanto aliados de Navalny questionam a versão oficial e alegam um possível assassinato.
A situação na Rússia é tensa, com centenas de russos sendo presos por depositarem flores em homenagem a Navalny. Kostyuchenko enfatiza a importância de aguardar uma investigação confiável para determinar a causa da morte de Navalny. Enquanto isso, ela e outros jornalistas continuam vivendo sob ameaça constante, temendo represálias do governo russo.
