Em 3 estados-chave, governadores antes alinhados a Bolsonaro agora se distanciam do escândalo golpista, influenciados por interesses regionais.
Governadores dos maiores colégios eleitorais enfrentam equilíbrio delicado pós-carnaval. Devem manter base para eleições municipais e futuras, evitando desgaste com eleitor moderado e dialogando com o governo federal. Todos são de oposição e aliados de Bolsonaro: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de SP; Cláudio Castro (PL), do RJ; e Romeu Zema (Novo), de MG.
Após a megaoperação da PF mirando Bolsonaro e ex-ministros, evitam comentários, mantendo-se neutros. Bolsonaro, por outro lado, promete reação e mobiliza aliados em sua defesa.
Tarcísio enfrenta pressão após a operação. O governo de SP afasta major Denicoli, assessor especial da Prodesp, alvo da Tempus Veritatis por suposta divulgação de fake news sobre o sistema eleitoral. Bolsonaristas cobram apoio público ao ex-presidente, criticando sua presença em palanque com Lula e elogios ao PAC.
O coronel Mello Araújo, indicado por Bolsonaro para vice na chapa de Ricardo Nunes à reeleição em SP, publica vídeo cobrando Tarcísio, mencionando responsabilidade dos governadores e questionando apoio da direita.
Tarcísio é instado a participar da manifestação convocada por Bolsonaro em 25 de fevereiro em SP. Apesar de ser visto como principal figura da direita para 2026, seu distanciamento da ala radical do bolsonarismo desagrada. Apesar de manter apoio ao ex-presidente, a gravidade das acusações e das provas coletadas pela PF podem ampliar seu afastamento de Bolsonaro.