Em 2020, vereador do Rio afirmou ter acesso às redes do pai, mas não se envolver na comunicação do governo.
Alvo da Polícia Federal nesta segunda-feira (29), Carlos Bolsonaro prestou depoimento como testemunha em setembro de 2020, quando foi citado na investigação do “gabinete do ódio” sobre divulgação de mensagens antidemocráticas.
Na ocasião, Carlos admitiu acessar as redes sociais de seu pai, mas negou qualquer vínculo formal com o governo federal na época. No ano seguinte, em evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro defendeu seu filho:
“Meu marqueteiro não acumulou milhões de dólares no exterior. Meu marqueteiro é um vereador simples, Carlos Bolsonaro, do Rio de Janeiro. Tercio Arnaud, que trabalha comigo aqui, e Mateus, são pessoas perseguidas constantemente, como se tivessem inventado um ‘gabinete do ódio’. Não há base para nos acusar. É o gabinete da liberdade, da seriedade”, afirmou em maio de 2021.
Conforme uma matéria da revista “Crusoé”, o “gabinete do ódio” operava em uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto com três colaboradores: Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, então assessores da Presidência, convocados para depor na CPI das Fake News. Tercio e José Matheus anteriormente trabalharam no gabinete de Carlos na Câmara Municipal do Rio, onde Carlos foi apontado como mentor do grupo.
“Ações na Abin”
Nesta segunda-feira, a PF realiza buscas na casa e no escritório de Carlos Bolsonaro, suspeito de envolvimento em um esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do pai.
Na semana passada, o deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL), também teve seus endereços investigados nessa operação.
A investigação teve início após reportagens do Globo, em março passado, que expuseram um programa secreto chamado “FirstMile”, supostamente utilizado para rastrear adversários do governo.