Poucas horas após a invasão de narcoterroristas à TC Television, uma das principais emissoras do Equador, a equipe do [Nome do Veículo] conversou com Felipe Colino, apresentador e jornalista contratado da emissora, que vivenciou os mesmos momentos de terror que seus colegas de trabalho enquanto gravava uma publicidade. Ele revela que todas as operações artísticas do canal estão paralisadas e não há previsão de retorno ao trabalho.
“É uma dor inimaginável estarmos numa guerra civil, pois o presidente declarou estado de emergência por conflito armado interno. Estamos numa luta contra o narcoterrorismo que tomou conta do país, um problema que vem acontecendo há algum tempo aqui no Equador, mas que acreditamos ter chegado ao ápice”, analisa Colino, que atualmente grava uma série documental para a rede após sua participação no programa Dança dos Famosos.
“No dia de hoje, vários grupos terroristas semearam o medo, a delinquência e a morte nas ruas de todo o Equador, em lugares comerciais, residenciais e estratégicos. É por isso que um número enorme de bandidos armados, até mesmo com menores de idade, invadiu a TC Television, uma das principais emissoras do país, com os maiores índices de ibope”, relata ele sobre a emissora com 55 anos de atividade na comunicação equatoriana.
Colino acredita que o ato tinha um propósito maior, que é chamar a atenção do mundo. “Essa invasão deixa explícita a mensagem que eles querem dar para o país e agora para o mundo inteiro. O narcoterrorismo tomou sim conta do Equador”, aponta ele.
A corrupção, a posição geográfica estratégica e a impunidade fazem do Equador um dos pontos mais importantes do tráfico de drogas no mundo. Após decretar estado de emergência, o presidente Daniel Noboa pediu ao Exército para intervir e neutralizar grupos criminosos.
“Ver jornalistas e apresentadores apontados com armas, jogados no chão, pessoas clamando por suas vidas, câmeras e equipes operativas de reféns, delinquentes mostrando bombas e armas, tudo isso ao vivo, transmitido para todo o país e para o mundo, era uma cena somente pensada em uma série da Netflix ou um filme de terror, algo muito fora da realidade, mas era a nossa realidade”, lamenta o jornalista.
Felipe Colino relembra momentos de tensão, onde se viu escondido nos fundos de uma loja comercial com várias outras pessoas, enquanto era acobertado pela polícia local.