O líder nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile, compartilhou um vídeo nas redes sociais do movimento fazendo um balanço do ano. Sem criticar diretamente o projeto de reforma agrária do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Stédile reconheceu que o progresso não deve ser quantificado em termos de hectares, mas sim em termos de conquistas sociais e políticas.
Stédile enfatizou que este foi o pior ano em termos de famílias assentadas em toda a história dos 40 anos do MST, mas justificou essa situação considerando o contexto. Ele apontou a falta de recursos, destacando que o orçamento era legado dos governos anteriores, e culpou a crise e o desmantelamento ocorrido durante os governos de Jair Bolsonaro e Michel Temer.
Apesar da compreensão com a demora do governo Lula em relação à reforma agrária, o MST expressou descontentamento ao longo do ano. Em setembro, o coordenador João Paulo Rodrigues manifestou grande insatisfação. Em junho, Lula anunciou um levantamento das terras ociosas no país para serem destinadas à reforma agrária, ressaltando a importância de uma abordagem sem conflitos.
O discurso conciliador de Stédile contrasta com a decepção expressada pelo MST, reforçando uma expectativa por ações mais contundentes do governo em relação à questão agrária, mesmo diante das dificuldades estruturais e orçamentárias herdadas dos governos anteriores.