O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, rebateu as críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, ao acordo Mercosul-União Europeia durante a COP28 em Dubai. Lula indicou a possibilidade de o tratado não se concretizar, afirmando que, se não houver acordo, será por falta de vontade.
Macron havia criticado o acordo, considerando-o “antiquado” e “contraditório” com as políticas ambientais, especialmente no que diz respeito à falta de garantias de redução de desmatamento no Brasil. Lula respondeu que a verdadeira preocupação da França é proteger seus produtores da concorrência sul-americana.
O presidente brasileiro destacou que os países ricos buscam sempre ganhar mais, e o Brasil, como nação independente, exige respeito nas negociações. Lula apontou que a França historicamente é protecionista e que a posição de Macron já era conhecida.
A cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro nesta sexta-feira será crucial para avaliar o futuro do acordo. Lula ressaltou a necessidade de equilíbrio nas negociações, enfatizando que o Brasil não fará um acordo que resulte em prejuízo.
O acordo Mercosul-União Europeia, negociado desde 1999, envolve 31 países, representando cerca de 720 milhões de pessoas e aproximadamente 20% da economia mundial. O governo brasileiro estimava que o acordo poderia incrementar o PIB do país em até R$ 480 bilhões em 15 anos, com aumento nas exportações para a União Europeia.