Após intensos embates durante a campanha eleitoral, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, surpreende ao convidar o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para sua posse em Buenos Aires, em 10 de dezembro. Em carta entregue pela futura chanceler, Diana Mondino, a Milei expressa o desejo de uma parceria frutífera entre os dois países, apesar das divergências prévias.
Milei, conhecido por adjetivos duros contra Lula, busca uma aproximação diplomática. A sensação no Planalto e no Itamaraty é de incerteza quanto à presença de Lula na posse, mas fontes do governo afirmam que ele avaliará a possibilidade.
O gesto de Milei também envolve um amaciamento em suas posições em relação à China, EUA e agora ao governo Lula. Em sua carta, Milei destaca a importância da conclusão do acordo Mercosul-União Europeia.
Contudo, a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na cerimônia pode criar constrangimentos, já que Bolsonaro confirmou presença alegando que Lula não compareceria. O deputado Eduardo Bolsonaro esteve em Buenos Aires durante o período eleitoral argentino.
Diana Mondino, ao entregar o convite em Brasília, ressaltou a importância do acordo Mercosul-UE, mas indicou dúvidas sobre a participação argentina no BRICS. Mondino ironicamente mencionou que evitaram discutir o BRICS durante o encontro com o chanceler Mauro Vieira.
A ministra argentina procurou dissipar temores sobre a presença de Lula na posse, destacando que o convite foi estendido a todos os presidentes da região, enquanto Vieira afirmou que a relação bilateral continuará importante, independentemente de quem estiver no poder.
Aguarda-se a decisão de Lula sobre o convite, enquanto a iniciativa de Milei sugere uma possível reaproximação entre Brasil e Argentina sob novas lideranças.