As fortes chuvas que alagaram cidades no Sul e no Sudeste e a seca histórica no Amazonas durante o segundo semestre de 2023 são atribuídas a uma instabilidade climática, prevista para se intensificar em 2024 devido ao fenômeno El Niño. Segundo o Cemaden/MCTI, o aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico próximo à Linha do Equador influenciará a circulação dos ventos e a formação de chuvas, impactando diversas regiões.
A diretora de ciência do Ipam, Ane Alencar, alerta que 2024 apresentará desafios mais intensos do que os do ano anterior. Ela destaca a conjunção de fenômenos, incluindo o El Niño e a Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO), que é agravada pelo aumento das temperaturas globais. Alencar prevê um cenário de crise climática agravada por esses eventos simultâneos.
Os impactos do El Niño variam por região, sendo a situação na Amazônia a mais preocupante. A previsão é de um período chuvoso mais seco, agravando a seca já intensa. Alencar enfatiza a necessidade de ações governamentais para conter a piora das condições climáticas, destacando a importância de proibir o uso de fogo na época de seca, distribuir alimentos, assegurar acesso à água potável e destinar recursos para regiões em risco.
Os efeitos previstos do El Niño para cada região do Brasil em 2024 são:
- Norte: secas moderadas a intensas;
- Nordeste: secas de diversas intensidades;
- Sudeste: aumento moderado das temperaturas médias, principalmente no inverno e verão;
- Centro-Oeste: chuvas acima da média e temperaturas mais altas;
- Sul: chuvas acima do normal.
A situação climática requer atenção e a implementação de medidas preventivas para minimizar os impactos nas comunidades afetadas.