O relator especial da ONU sobre os direitos humanos à água potável e ao saneamento, Pedro Arrojo-Agudo, fez um apelo urgente a Israel nesta sexta-feira (17), solicitando que o país interrompa o uso de água como “arma de guerra” na Faixa de Gaza. Arrojo-Agudo enfatizou que a falta de combustível na região está comprometendo gravemente o fornecimento de água limpa.
“Cada hora que passa com Israel impedindo o fornecimento de água potável na Faixa de Gaza, em flagrante violação do direito internacional, coloca os moradores de Gaza em risco de morrer de sede e doenças relacionadas à falta de água potável segura”, declarou o relator da ONU em comunicado.
Organizações humanitárias, incluindo a Agência das Nações Unidas de Assistência e Trabalho para Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), têm destacado nos últimos dias a necessidade crucial de combustível para operar estações de dessalinização e bombas de água em Gaza.
Segundo a UNRWA, aproximadamente 70% da população em Gaza está consumindo água “salinizada e contaminada”. Além disso, o esgoto bruto começou a fluir pelas ruas de algumas áreas devido à escassez de combustível, afetando os sistemas de eliminação de resíduos da ONU.
Arrojo-Agudo ressaltou a violação da lei internacional humanitária e de direitos humanos por parte de Israel ao conscientemente impedir a entrada de suprimentos essenciais para água potável em Gaza. O relator alertou para o risco iminente de desidratação e doenças transmitidas pela água devido ao consumo de água salina e poluída de fontes inseguras.
“Juntamente com o deslocamento de milhares de pessoas nos últimos dias, este é o cenário perfeito para uma epidemia que só punirá inocentes, mais uma vez”, alertou Arrojo-Agudo. O apelo destaca a urgência de uma ação imediata para garantir o acesso à água potável e evitar uma crise humanitária ainda mais grave em Gaza.
