O Papa Francisco demitiu o bispo texano Joseph Strickland, um crítico vocal das reformas promovidas pelo Vaticano em questões como casamento entre pessoas do mesmo sexo, aborto e direitos de pessoas trans. A destituição ocorreu após investigações em sua diocese de Tyler, com o Vaticano afirmando que ele seria “dispensado” de suas funções.
Strickland faz parte de uma facção do catolicismo dos EUA que se opõe às mudanças lideradas pelo Papa Francisco. O anúncio vem dias após o Vaticano declarar que pessoas trans podem ser batizadas, ser padrinhos ou madrinhas em batismos e testemunhas em casamentos, desde que não causem escândalo.
O bispo Strickland atacou repetidamente as tentativas do papa de modificar a posição da Igreja Católica em questões relacionadas à sexualidade. Em julho, criticou as “verdades básicas” do ensino católico, incluindo o casamento, e condenou aqueles que desafiam sua “identidade biológica dada por Deus”, referindo-se a pessoas trans.
O Vaticano, em sua decisão, citou uma visita apostólica em junho passado à diocese de Tyler como base para a demissão. A investigação também abordou a gestão financeira na diocese. Strickland, de 65 anos, nomeado bispo em 2012, recusou anteriormente a oportunidade de renunciar, desafiando o papa a demiti-lo.
A decisão de Francisco de afastar Strickland segue outras ações consideradas progressistas, como sua abertura para abençoar casais do mesmo sexo em outubro. O papa tem defendido a causa ambiental, condenado negacionistas do clima e participará da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP28) este mês, marcando a primeira participação papal no evento desde 1995.
O Bispo Joe Vasquez, de Austin, administrará temporariamente a Diocese de Tyler, de acordo com o comunicado do Vaticano.