A Polícia Federal prendeu pelo menos 10 pessoas suspeitas de participação em uma milícia que opera na zona oeste do Rio de Janeiro, informou a corporação nesta quarta-feira. As prisões começaram na terça-feira, quando dois suspeitos de liderar o grupo de milicianos foram detidos no bairro da Barra da Tijuca.
Além dos líderes, foram presos três homens que seriam seguranças da dupla, incluindo dois policiais militares da ativa e um militar da reserva do Exército. Entre os detidos está o homem apontado como líder do grupo miliciano, Taillon Barbosa, cujo nome esteve associado a um trágico episódio no início de outubro, quando três médicos foram assassinados em um quiosque na Barra da Tijuca, sendo um deles confundido com Taillon Barbosa.
Nesta quarta-feira, mais cinco pessoas acusadas de envolvimento com a milícia foram presas. No total, foram expedidos 13 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão em diversos endereços na cidade do Rio de Janeiro, bem como nos municípios fluminenses de Angra dos Reis e Saquarema.
A investigação teve início em dezembro de 2021, após a prisão em flagrante de um homem responsável pela contabilidade e gerência da milícia na comunidade de Rio das Pedras. No total, 17 integrantes do grupo criminoso já foram denunciados pelo Ministério Público. As acusações incluem crimes como organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro, entre outros.
A semana passada foi marcada por ataques da maior milícia do Rio de Janeiro, que incendiou ônibus, trens e veículos em represália à morte do segundo homem na hierarquia do grupo. Como resultado, houve uma reação das forças de segurança e a descoberta de um plano de atentado contra o governador do Estado, Cláudio Castro, e sua família.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com Castro e teve reuniões com os ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio, oferecendo apoio do governo federal para combater o crime organizado no Estado.
Além disso, mais de 300 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão patrulhando as rodovias federais no Rio de Janeiro, e um comitê de inteligência financeira foi criado com a participação de autoridades federais e estaduais na tentativa de sufocar financeiramente grupos milicianos envolvidos no narcotráfico no Estado.