A indústria da moda enfrenta desafios ambientais significativos, com emissões de gases de efeito estufa equivalentes às de França, Alemanha e Reino Unido combinadas, e 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis indo parar em aterros, frequentemente em países em desenvolvimento, anualmente, segundo a McKinsey & Company.
Algumas marcas já estão respondendo a essas questões com iniciativas de moda sustentável. A Patagonia, por exemplo, há muito tempo se dedica à responsabilidade ambiental e possui programas como o The Worn Wear, que incentiva os clientes a reciclar, consertar e trocar suas peças antigas por créditos na loja. As peças antigas, de outros clientes, são revendidas.
No Brasil, a Animale se destaca pelo compromisso com a moda circular por meio do Club Animale Vintage, criado em 2017. O projeto arrecadou mais de 360 mil peças de roupas e doou mais de 160 mil peças para organizações não governamentais, beneficiando mais de 190 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social.
O lucro gerado pelo projeto é destinado ao Instituto Dona de Si e investido no Lab de Moda, um projeto social que visa capacitar mulheres em costura criativa e empreendedorismo. A iniciativa incluiu 260 horas de formação, 6 oficinas e abordou temas como corte e costura, empreendedorismo e geração de renda.
Outras marcas brasileiras, como a Farm, que se uniu ao Enjoei, e a C&A com o Movimento ReCiclo, também estão adotando a moda circular, incentivando a devolução de roupas não utilizadas e contribuindo para uma abordagem mais sustentável na indústria da moda no país.