Noite de sábado, 21, marcou um evento memorável tanto para o Evanescence quanto para seus fãs brasileiros. O estádio Allianz Parque, em São Paulo, foi palco do maior show solo da carreira da banda até o momento, mesmo com uma capacidade reduzida de público.
Vinte anos se passaram desde o lançamento do emblemático álbum de estreia, “Fallen” (2003), que apresentou ao mundo os vocais líricos de Amy Lee e as influências góticas do Evanescence em sucessos que ecoam até hoje, como “Bring Me To Life”, “Going Under” e “My Immortal”.
A nostalgia dos anos 2000 certamente atraiu uma parte do público que lotou o Allianz Parque na noite de sábado. No entanto, a longevidade da música da banda fica evidente quando se observa o surpreendente número de adolescentes na multidão, todos usando maquiagem, camisetas da banda ou até mesmo imitando figurinos icônicos usados por Amy Lee.
Duas décadas após seu impactante início na cena musical, o Evanescence continua a transcender gerações, mesmo que sua música tenha menos espaço comercial nos dias de hoje. Isso se deve, sem dúvida, às composições que dialogam com o público, seja em um nível individual, por meio dos sentimentos profundos e viscerais expressados por Amy Lee, ou em mensagens para o coletivo, como a poderosa “Use My Voice”.
Como aquecimento para a plateia, o Ego Kill Talent subiu ao palco uma hora antes da banda principal e entregou um show eletrizante de aproximadamente 30 minutos. A banda brasileira de hard rock está fazendo os primeiros shows com sua primeira vocalista feminina, Emmily Barreto, do Far From Alaska, e apresentou os novos singles “Call Us By Her Name” e “Finding Freedom”, além de duas músicas inéditas que serão lançadas em novembro. A energia de Emmily no palco e seus vocais impactantes tornaram o Ego Kill Talent a escolha perfeita de abertura para o Evanescence, que também é conhecido pela notoriedade de sua vocalista feminina.
Na noite de sábado, o Evanescence homenageou sua discografia tocando alguns de seus maiores sucessos, como “Call Me When You’re Sober” e “Lithium”, além das faixas mais populares de seu álbum mais recente, “The Bitter Truth” (2021). Mesmo com quatro discos em seu repertório, a banda deu uma atenção especial ao álbum de estreia, tocando não apenas as músicas favoritas do público, mas também um medley com “My Last Breath”, “Haunted”, “Everybody’s Fool” e “Whisper”.
O carisma e o talento de Amy Lee são a força motriz por trás da performance e do sucesso contínuo das músicas do Evanescence. Seus vocais, ao mesmo tempo emocionantes e potentes, continuam impressionantes, mesmo que atualmente seja um desafio sustentar algumas notas que ela atingia naturalmente no início da carreira. Durante sua passagem pelo Brasil, Amy Lee atendeu fãs no aeroporto, andou de ônibus e surpreendeu os fãs ao tocar ao piano uma breve composição em português, cantando os seguintes versos: “Amor é a sua luz, deixe brilhar / Eu nunca vou deixar isso passar / Não acaba / Nunca acaba / Você sabe”.
Antes de emocionar o público ao piano com “Lithium”, a vocalista tirou um momento para refletir sobre os desafios do mundo nos últimos anos e enfatizar a importância de viver o momento presente e aproveitar cada segundo. Em várias ocasiões, ela expressou seu desejo de que o show não terminasse, e o Evanescence se despediu de São Paulo com um show de fogos de artifício, muitos acenos e longos agradecimentos, honrando seu título como uma das maiores bandas de sua geração.