Desde os tempos antigos, o desejo humano de interagir com criações semelhantes a nós é evidente. Uma representação desse desejo pode ser vista na esfinge da Grécia Antiga, que etimologicamente se traduz como “imagem viva”. A evolução tecnológica trouxe essa aspiração à tona, com Ada Lovelace projetando o primeiro algoritmo em 1842. Hoje, a tecnologia permitiu a ascensão de influenciadores digitais baseados em Inteligência Artificial (IA), como Noonoouri, Shudu e Miquela.
No entanto, em julho, uma nova influenciadora, Milla, começou a virar cabeças com suas postagens exóticas e visual impressionante. A diferença? Milla é uma criação de IA, uma influenciadora digital virtual. Embora isso possa parecer evidente para muitos, muitos foram levados a acreditar em sua autenticidade. A repercussão de Milla levanta debates sobre padrões estéticos e como discernir realidade da fabricação na web.
Tiago Fernandes Tavares, especialista em aprendizado de máquina, aborda a evolução e os impactos dessas representações. Issaaf Karhawi, doutora em ciências da comunicação, discute o papel da mídia e da sociedade na perpetuação de padrões. Babu Carreira, humorista, e Luiza Santos, pesquisadora, examinam a influência de tais padrões sobre a autoimagem e a autoestima. Finalmente, Flávia Durante, comunicadora e fundadora da Feira de Moda Plus Size, pontua sobre a percepção de beleza e a necessidade de uma representação mais diversificada nas redes.
Este fenômeno AI evidencia não apenas o avanço tecnológico, mas também a complexidade do ambiente digital contemporâneo e a necessidade contínua de reflexão crítica sobre o que consumimos online.